Mãe cristã e bebê são confinadas em quarto por muçulmanos na Somália, após aceitar Jesus

Uma mãe cristã na Somália está confinada em um quarto com sua filha bebê desde 6 de agosto, após ser recapturada por pa...

Mãe cristã e bebê são confinadas em quarto por muçulmanos na Somália, após aceitar Jesus
Mãe cristã e bebê são confinadas em quarto por muçulmanos na Somália, após aceitar Jesus (Foto: Reprodução)

Uma mãe cristã na Somália está confinada em um quarto com sua filha bebê desde 6 de agosto, após ser recapturada por parentes muçulmanos depois de uma fuga anterior, segundo fontes.

“Minha filha emagreceu muito por falta de comida”, disse Fatuma Hassan, de 28 anos, ao marido por telefone, da cidade de Afgooye, na região de Lower Shebelle.

Seu marido é um cristão, por isso sua criança não é aceita por seus parentes muçulmanos. Eles se conheceram após sua conversão.

“Minha filha é indesejada na família, que diz: ‘Jogue fora essa filha bastarda nascida de um infiel – queremos você de volta, mas não a criança que não merece o direito de viver’. Estou sempre chorando pela minha bebê e espero que um dia eu escape dessa terrível provação para alcançar minha paz e liberdade.”

Condições desumanas

Apesar de pertencer a uma família real, desde que se converteu a Cristo a mulher vive em risco, em condições desumanas e sob agressões físicas de parentes, segundo fontes.

“Minha família e parentes juraram que não me deixarão ver o sol até que eu abandone minha fé cristã e retorne ao islamismo”, disse Hassan ao Morning Star News.

“Mas estou orando pela intervenção de Deus para escapar e me reunir com meu marido novamente. Preciso ainda mais das orações dos cristãos.”

Louvor escondido

Antes de entregar sua vida a Cristo, ainda na casa dos pais, ela costumava se trancar no quarto para ouvir canções cristãs no celular, mesmo sem compreender a letra.

As músicas tocaram seu coração até que, em uma visão, uma pessoa que se apresentou como Issa (Jesus) lhe disse: “Eu sei que você tem sede. Venha e beba da minha água”, relatou.

“Desde então, comecei a sentir paz abundante e O segui”, disse Hassan.

O pai a flagrou diversas vezes ouvindo as músicas. “Descobri que você anda ouvindo boatos sobre uma religião perigosa e aviso para que pare imediatamente de escutar canções cristãs ligadas a Issa”, disse ele, contou Hassan.

Segundo Hassan, sua família confiscou seu telefone e a manteve trancada em um quarto até que, em março de 2024, ela conseguiu escapar.

Refúgio e recaptura

Ela se refugiou na cidade de Balad, na região de Middle Shabelle, onde conheceu e se casou com um cristão, cuja identidade não foi revelada por razões de segurança.

Hassan conseguiu se manter escondida da família por mais de um ano. Em junho, acabou revelando sua localização a um parente e, em 30 de julho, ao encontrá-lo novamente em um mercado enquanto carregava sua bebê de 1 ano, teve sua presença denunciada a outros familiares muçulmanos.

Após descobrirem que ela havia se casado com um cristão, seis parentes de Hassan foram até sua casa em 6 de agosto, por volta das 18h.

Hassan pediu ao marido que se trancasse no quarto, enquanto seus parentes muçulmanos entravam silenciosamente na casa. Eles a interrogaram sobre sua ausência de mais de um ano e o paradeiro do marido, mas ela permaneceu em silêncio.

A mulher relatou que foi agredida com um tapa por um parente, enquanto outro correu para fora, voltou com um pedaço de pau e a espancou.

"Minha esposa começou a gritar cristão", contou o marido ao Morning Star News. "Eu escapei pela janela traseira. Depois de três dias, minha esposa me ligou dizendo que estava de volta com a família, mas trancada em um quarto escuro."

De acordo com fontes, os familiares continuam a submetê-la a todo tipo de insultos.

Lista de perseguição

A Somália ocupa o 2º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025, da Portas Abertas, que reúne os 50 países mais hostis ao cristianismo.

A constituição define o islamismo como religião oficial, proíbe a propagação de outras crenças e exige que todas as leis sigam a sharia (lei islâmica), sem exceções para não muçulmanos, segundo o Departamento de Estado dos EUA.

Segundo as principais correntes da jurisprudência islâmica, a apostasia é punida com a pena de morte. Na Somália, o grupo extremista Al Shabaab, aliado da Al-Qaeda, segue rigorosamente essa doutrina.